quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O boêmio e a poetisa





Dois tolos recheados de gente e de rua
Embriagados no apaixonar.

Um ébrio recheado de aventuras,
A outra alimentada no poema de vida já composto.

Um com palavras que beijam como se tivessem  boca e língua,
A outra com poema que desabrocha nos lábios e desflora-se no papel.

Um com passos que somem e se perdem,
A outra grávida de eternidade.

Um que serve o vinho de qualquer paixão já embriagada,
A outra cheia de prosa e sempre tonta do amar.

Um sem porto de chegada e de partida,
A outra com pontos que suspiram de boca em boca.

Um eterno aprendiz da queda e do erro,
A outra com chicotadas do pensamento poético.

Um de mil dias vividos e poucas noites dormidas,
A outra que vive o anoitecer do amanhã do poeta de ontem.

Um no desmando infeliz de encher e depois vazar,
A outra que beija o beijo do se foi para sempre voltar.

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