Dois
tolos recheados de gente e de rua
Embriagados
no apaixonar.
Um
ébrio recheado de aventuras,
A
outra alimentada no poema de vida já composto.
Um com palavras que beijam como se tivessem boca e língua,
A outra com poema que desabrocha nos lábios e
desflora-se no papel.
Um com passos que somem e se perdem,
A outra grávida de eternidade.
Um que serve o vinho de qualquer paixão já
embriagada,
A outra cheia de prosa e sempre tonta do
amar.
Um sem porto de chegada e de partida,
A outra com pontos que suspiram de boca em
boca.
Um eterno aprendiz da queda e do erro,
A outra com chicotadas do pensamento poético.
Um de mil dias vividos e poucas noites
dormidas,
A outra que vive o anoitecer do amanhã do
poeta de ontem.
Um no desmando infeliz de encher e depois vazar,
A outra que beija o
beijo do se foi para sempre voltar.
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