ABRAÇO AMIGO
Quero acordar no meio do medo
E sentir o abraço das letras
Um choro perpétuo e um sorriso
de paz
Um cheiro doce e intoxicante
Do único sonho: viver pra
sonhar.
Mas as incômodas onomatopéias
latejam
O sono foge e acorda a
apreensão
Vem a noite, fazendo silêncio
Emudecendo os ruídos
Troco o peso de uma das pernas
para outra
E faço interrogações
Não sei o que pensar, pensei em
tudo...
O nada veio
Resgatando minha memória
Descobrindo minha história,
Relembrando o que ainda sou
Minhas vísceras reviraram
Assumo agora a certeza da
dúvida...
Enxuguei as lágrimas que haviam
caído
E segurei as que estavam por
cair.
Uma surpresa sem estranheza,
afinal
Os livros foram os únicos que
me aceitaram.