quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

AMANHECER





  
Amanhecemos  juntos, o quarto e eu.
Mais uma manhã para explodir-me em mais desculpas
No meu anestesiamento afetivo.
Sempre tardo e não falho em
Falhar no tardar da vida.

Já vivi uma Seven Life,
Fui  várias vidas dos outros no lugar da minha,
Já sobrevivi a uma Second life
Na floresta desencantada da meia idade.

Na estiagem temporal da juventude,
Em que o meu presente foi o futuro do passado dos outros,
Vivo no mundo secreto dos adultos silenciosos.
Um silêncio sem mensagem.
Um silêncio sem sabor e voz.

Sou  filha da pressa na moradia de milhões de nós e do pouco eu.
Trago como herança o esbaforimento, a inquietude,
A falta do meu próprio ar e a cobrança de movimento do meu desejo.
Não interessa se há um alguém ou um ninguém, não existe o eu.
E eu permaneço ali deitada e nua...
Visto apenas duas gotas de perfume...
Vida e morte.

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