quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Incontável



Somos a soma e o resto dos divididos
Almas antigas, uma para o outra...

E na soma restante dessa divisão
Somos transfigurados, contados e impressos
Reconstruindo nossos pedaços em versos e reversos.

Claudicantes e capengas na vida amorosa,
Residimos na terceira margem do rio,
E moramos às margens da estrada deserta.

O desejo amolece e endurece o não dito,
A boca acaricia o verbo, enfeitiça o sentir...
E sinto absurdamente a sua falta.

Vivemos sentimentos incontroláveis e perigosos...
Acrescentando, retirando e sobrando saudades,
Contando, amando e perdendo o ponto do amor.

A vida anula nossos nomes e números,
São zeros e neutros implacáveis e doloridos,
Neutralizamos e zeramos o acréscimo no viver.

O que sentimos é incontável...

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