Alguém
me fez um pedido indecente
Que
eu imaginasse e fizesse um poema quente.
Decidi
fazer o que vejo no desejo
Oculto
nos olhos de cada um.
Vejo
um coração ex-vazio e vadio
Antiga
presença e constante perfume
Perdição
de saborear um dentro do outro.
Qual
o meu nome? E o seu? Não interessa...
Interessa
é o eco do querer e cobiçar.
Imprudência
do desejar no apetecer.
Perdição
do amar sentenciado ao prazer.
O
pulso bate na cadência da satisfação
Quer
vestir algo da cor de excitação
Devorar
languidamente o corpo flamejado
Na
carne trêmula que sente úmida.
Perdição
de desejo na saliva adocicada.
O
seu corpo nu, muita intimidade
O
meu corpo entregue, êxtase...
Mãos
ousadas, possessivas,
Bocas
intrusas, dentes molhados,
Lábios
saborosos, línguas desejosas,
Beijos
pertencidos, amores cobiçados.
Perdição
de desmaiar nos seus braços.
Tantos
soluços no toque dos seus dedos,
Revolver
as entranhas e galopar nos lençóis
Fazer
amor querendo mais em ardentes gemidos
Estonteante
onda de calor que emana do seu suor.
Perdição
de saciar no seu corpo.
E
eu encabulada, excitada, entorpecida,
Arfando
cansada em seu peito
Estou
louca e desfaleço.
Um
incontrolável fundir de corpos,
Perdição
de prazer e amor travesso.
O
meu corpo sorri, sai e sacia o seu.
Perdição
de querer o seu gozo.