DOIDO LINGÜÍSTICO
No balanço do pensar
É muito desconsertante
Rever o próprio discurso
Numa maltratada página
Que reflete e refrata o discurso do outro.
As palavras ecoam na minha cabeça
Como uma mãe grita a procura de seu filho
Explode a voz confidente
Do sol de fênix ardente
Do nômade da linguagem
É a escrita que namora e desnamora o pensamento
Criando vocábulos grávidos de gente.
É o usar disfarces para poetizar
É o eco: o verso não é meu, nem seu, nem de ninguém
É o gestar e o parir dos textos
Ponto indefinível entre semelhança e diferença
Busca do signo para encontrar ou nunca mais esquecer
E na escrita incorporar o humano e realizar o desejo:
Ser arquivada em forma de letra, imagem e papel.
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