sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Doce Prazer "1ª Antologia de Contos Premiados"

Como todos os seres humanos busco o fator essencial da existência: o prazer. O prazer de sentir, de viver, de vencer e de amar . E nessa eterna busca, a vitória a qualquer preço integra-se aos meus desejos mais íntimos. Sinto uma grandiosa preocupação em dominar as palavras para superar dores e males que afligem o outro; e também uma imensa inquietação no que diz respeito a superar limites do eu. Balbucio:
- Ainda não tenho a palavra...
O caminho integrador entre o eu e outro é pedregulho pontiagudo e o sabor da vitória é desconhecido. Apenas cultivo os pequenos grandes momentos simbólicos que me presenteiam com reflexões das experiências vividas: emoções e ações entre o sido, ser e sendo infinitamente. Afirmo:
- Ainda por fazer a palavra ...
O desejo de voz é intenso e é inconscientemente traçado por estranhos recalques e repleto de sombras. O poder da palavra é ilusoriamente conquistado passo a passo, mesclado de lágrimas de alegria e de sangue das feridas dilaceradas. E no lúdico da ilusão e da persistência, emerge mais vencidos do que vencedores. Admito:
- Ainda não é palavra...
Embalado no sutil jogo da força viva, da poderosa palavra. Assumo:
- Ainda é a palavra...
Como vencedor ao atingir a vitória almejada, traço novas metas, sentindo muitas saudades da inútil batalha outrora travada, pois já foi vivenciado por outros que lutar com palavras é a luta mais árdua e vã. Reafirmo:
- Ainda porvir a palavra ...
Como vencido, agora filtro o que houve de melhor na batalha perdida e aproveito a essência do velho e transformo na fórmula mágica do novo. Se não consigo criar... amalgamo.Constato:
- Ainda não sou palavra...
E vencido, reavivo e ressurjo das raízes, e (re) conheço o gosto de uma nova saudade e de uma próxima luta: dois prazeres indescritíveis. Rumino:
- Ainda a doce e inconquistável palavra...

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