sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Fome de Poema "Antologia 55"

Nas diferentes maneiras de redigir
Sem penas
É apenas a pena
De desenhar o fio da saliva nas bocas do outro

Um fingir que consome
a fome do poema no poema
Ecos esquecidos e partidos
É o isso e/ou aquilo
Escorridos em linguagem
Umedecida e escorrida
Nas paredes embrutecidas da alma

Num incessante repetir e refazer
Uma conhecida dor de doer dolorida
Busco e preciso de um cânone
Como uma aranha que começa a tecelar
É o espiar, o repetir e o construir
Livrar-se de si e encher-se do outro

Poema meu poema nosso
Brotando como fonte de água
Das construções imaginárias
É a intangibilidade
É a lógica das contradições
Sem medo de invasão sinto
Um pulsar sem compreender
O verbo e o verso do escrever.

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