sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Tempo de Escrever "Anápolis Centenária"

Aqueles olhos
Aquela boca
Aquela voz
Perseguiam-me há alguns anos
A existência de Ana...

Abriu o sorriso perfeito e estacou:
Uma sensação agradável de segurança invadiu-me.
Um tremor inesperado e irresistível
Sacudia meu coração em frangalhos:
Eis a presença poderosa do ato de escrever.

Disse quase inconscientemente que já a esperava
Ou esperava por aquele momento para encontrá-la.
Indeciso se continuava parado ou prosseguia,
E sempre instável e trôpego,
Senti medo desse imponente destino:
O de escrever incontrolavelmente.

Celebrei a tradição anapolina:
O medo de escrever abandonava-me.
Ao quebrar a minha mesmice de vida,
Quebrei também o silêncio estranho
De não ter coragem de mostrar
Idéias, sentimentos e valores humanos.

E na fome de redigir e poetar
A dor e a alegria se fundem
Um paradoxo de sorte e de sina
Saga de um filho pobre e nobre
Que ainda voa com as asas de antigos escritos
Renovados a todo instante
No centenário da cidade.

Sinto, vibro e registro a escrita ruminante,
Bebo lentamente num copo literário
Cheio de imprevisibilidades,
Os interessantes textos dos homens
Que atam e desmancham laços
Do inevitável encontro
Da inexplicável utopia
Na infindável fantasia
Desses anapolinos construtores.

E na ordem absoluta da linguagem
Há corações pulsantes
Mergulhados no caminho da poesia...
Arte, vida e prazeres de várias tramas,
Nexos imponderáveis de vida e morte,
Conflitos intensos dos poetas de Anápolis,
Simplesmente loucos pelo tempo de escrever.

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