domingo, 13 de junho de 2010

SUSSURRO ( Antologia Poesia Contemporânea 14 poetas)

Somos náufragos agarrados à efêmera vida humana
Um sopro separa a infância e a velhice
Somos um punhado de barro a ser moldado
Árvores arqueadas, vidas envergadas
Na tentativa de viver como se a terra fosse céu
Pouco resiste a dissolução do tempo
Cheiro de eternidade
Dor para abrir a tolerância
Amor para lapidar o Ser

Na sensatez, a filha do silêncio,
Queremos sentir as fragrâncias do eterno
E no mistério da transcendência
Temos o frescor dos sedentos
Sonhamos os sonhos que a alma cultiva
Canções que as crianças embalam
Gratuidade da natureza nas flores
Amor com indefinível intensidade
Louvores e renúncias na alameda da vida

No tempo de inconsistência
Peso da carne, leveza do espírito
A vida já não teme a morte
É viajar para dentro de ser serenidade
Exercício de paciência e caridade
Há anos que não valem um dia
Viajei na mesma idade inúmeras vezes...
O silêncio do ar, o silêncio da morte
Um doce e gracioso sussurro de Deus.

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