domingo, 13 de junho de 2010

Herança Insana (Um Punhado de Poesia - Europa/Portugal)

Ainda no terceiro milênio
Muitos sonegam o socorro
Nos cafezais plantados nos arranha-céus
Infestados de miseráveis
Tanta gente
Retorce a morte
Contorce a vida
Nas folhas ressequidas
E nas raízes profundas da Mãe África
Escravidão arraigada...

Vivemos a mentira da justiça social
Desintegrados e desencantados com meio
Vivemos a falta dos traços de humanidade
Agoniza a dignidade
Extermina o emprego
Eclode o subemprego
Emerge o fantasma do desemprego
Instala-se o complexo de vira-latas
Escravidão desumana...

E no fiapo da história
É o mendigar indignado
Desnudo da cintura para baixo
Que trafega e trafica o lamento:
Desejo do inteiro e é só caco
Fingindo de vivo
Morrendo em espírito
Morte que não mata e não morre
Sobra perversa da natureza
O grito transforma-se em balbucio
Deu certo o erro
Persistente companheiro dos poderosos
Escravidão insana...

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