terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Infantil Ciúme






A nossa vida são as pessoas que amamos:

Sorrisos trocados e corações tocados.

A criança dedilha o mundo e suas histórias

Essa inocência chama a mão do poeta,

Despedaça a dúvida e fala:

- Esquisito! Meus pais gostam de sentir

O cheiro do filho que nem nasceu ainda...



A raiva me pega no colo

Laça o meu pensamento

E entre tombos e arranhões

A imensidão de ciúmes toma conta de mim:

Sacode minha cabeça e belisca minha alma.



Meu irmão chegou de fininho,

De mansinho como passos de gato,

Numa simplicidade de gotinhas de orvalho.

Me senti quadrado numa piscina de bolinhas,

Uma nuvem preguiçosa que não sabe a direção do vento...

Agora, resta voltar a fazer xixi na cama,

Acreditar (de novo) que a descarga do vaso vai me engolir

E que serei afogado pelo dilúvio no banheiro...



De repente, uma voz suave escorreu no meu ouvido,

Acariciando o coraçãozinho de quem ama (o amado sou Eu)

Falando com as mãos mágicas para me tocar,

Numa felicidade disfarçada em criança solta no parque,

Que corre e ri feliz nos mundos da fantasia e de verdade.



Agora, alimentado de amor, quero que minha casa

Fique sempre cheia de bochechas rosadas e macias,

Pequenos irmãos para chamar de amores e de amigos.

Nessa história, descobri que não sou mais criança, mas

Não preciso crescer tão rápido,

Posso amar e esperar meu irmão crescer comigo.

Descobri que ninguém nasce adulto, isso é fantástico...

E que ninguém pode ser sempre criança, isso é maravilhoso...

Isso é a maravilha de Deus, que também é menino, meu irmão!









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