terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Ainda resta uma bala



Um sorriso pálido e sem graça repete-se toda manhã

Denuncia vergonha da verdade.

Gritos de dor enchem a noite negra

Pressa, pressão, compressão

No imediato e no urgente.



Na metrópole, mar de piche e cimento,

A cidade se embriaga e vai pro inferno outra vez

Um outro dia para esquecer...

Mais dois balaços, menos duas vidas.



Contraio um sorriso pálido

Furiosos estampidos ecoam na alma.

Procurado pela polícia, respeitado pelos bandidos

Fecho minhas próprias algemas

Tranco-me em meus supostos cárceres.



E no subúrbio social, existência favelada,

Dedilho o mundo e suas histórias

Gritos pausam as balas e as notas do violão

Para perdoar o fazer do passado

E balear um novo caminho:

Legitimar a humanidade que ainda resta em mim.



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