Sou menina estabanada
Na arte de reparar e divisar.
Sem medo de invasão
Cavo trincheiras
Sem desistir e nem sufocar.
Sou o que sou
E vigilante na escuta
Vou tecendo mais labirintos
Sendo para ser
E sei...
Sou experiente em não ser
E nessa maravilhosa vida
Só sei
Existir sem medida
Na medida do meu povo.
Não posso me esquecer
Que consigo renascer,
A qualquer hora
E em cada ser,
Na história, na memória e na cultura.
E nesse encanto
Conto, reconto, triconto e ticonto:
Sou a centenária menina
Que insiste em viver.
Vivo viajando parada
Viagem de dentro e adentro
Da história
Viagem pra dentro e
Uma via pra fora
Da memória
Anapolina.
O de dentro não vê,
Ainda não ouve, não responde
Ainda não pode andar...
Resta ir de pés nus
Lá dentro e cá fora
Para lembrar o esquecido:
Um século registrado na
Palavra saborosa da história,
Um século bem vivido na
Palavra deliciosa da memória.
Lembrar de ser
Em mim,
A linda cidade que sou,
Tremer sem temer
O tempo desbotado
Crer que cem anos
Não podem ser simplesmente lavados...
É o celebrar simbólico
Da cultura anapolina
Que brinca de viver
Eternamente
Nas travessuras de menina.
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