Muitas flores são colhidas cedo demais
Num piscar de olhos
Hoje e amanhã serão ontem
O tempo invade o espaço da vida e da morte
Uma inquietação martirizante...
Como tentar explicar o inexplicável?
No marejar nas próprias lágrimas
Caídas num poema que declama
Na metalinguagem das cinzas
A divisão do vivido
O destilar da melancolia
A proximidade da degeneração de tudo
É a morte – anjo dos desconsolados –
Herança implacável da humanidade
Flor noturna que muda de viver
Desagrega cada sentimento e pulsar
Mostra o padecer e o apodrecer de corpos
E sugere o enriquecer de almas
Flores para os que foram
Flores para os que chegam
São vozes inaudíveis
Num relance da eternidade
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